segunda-feira, 4 de junho de 2007

discussões sobre a arte


Grande Núcleo, NC3, NC4 e NC6, 1960
óleo sobre madeira
Centro de Arte Hélio Oiticica

Rio de Janeiro, 1997


Hoje estávamos conversando aqui na agencia e começamos a falar de arte. Estávamos falando sobre o que é arte, seus conceitos, enfim. No final, a discussão chegou naquele ponto onde todo mundo começa se questionar sobre o que é arte realmente. Eu digo, como já dizia Amilcar de Castro: "Não existe arte a favor. Artista é sempre do contra". E a A arte contemporânea tem muito disso, muitos artistas se manifestam de maneiras diversificadas indo contra uma tendência a qual todos estavam acostumados, e até mesmo chegam num ponto onde as idéias são mais importantes, deixando a execução das obras num segundo plano, com pouca relevância.
Na verdade, esse conceito de arte contemporânea surgiu no final da década de
1960 e meados dos anos 1970 com a Arte Conceitual, onde os conceitos são a matéria da arte e por isso ela estaria vinculada à linguagem. O que importa é a invenção da obra, o conceito, que é elaborado antes de sua materialização. Pouco importa se é o artista quem vai elaborar a montagem da obra em si - se ele assim quiser, pode delegar essa tarefa a alguém mais experiente, já que o mais importante já foi criado: a idéia.
A partir daí nada mais é como antes! A arte passa por uma revolução. Passa a ser impossível pensar a arte a como como "pintura" ou "escultura". Mais difícil ainda pensá-la com base no valor visual. As novas orientações artísticas, apesar de distintas, partilham um espírito comum: são, cada qual a seu modo, tentativas de dirigir a arte às coisas do mundo, à natureza, à realidade urbana e ao mundo da tecnologia. As obras articulam diferentes linguagens [dança, música, pintura, teatro, escultura, literatura etc], desafiando as classificações habituais, colocando em questão o caráter das representações artísticas e a própria definição de arte. Interpelam criticamente também o mercado e o sistema de validação da arte.
Arte-pop e Minimalismo traçam um diálogo crítico com o expressionismo abstrato. A Arte Pop vai contra a arte moderna, criando um diálogo direto com o público através de símbolos da cultura de massa, num movimento que recusa a separação arte-vida. E nessa onda, muitas outras vertentes vão abrindo caminho: o Neo-expressionismo retoma a figuração num sentido inteiramente diverso; a Minimal Art com seu vocabulário baseado no despojamento, simplicidade e neutralidade, manejado com auxílio de materiais industriais; grandes intervenções sobre uma paisagem natural pode ser vistas na Land Art.
E o que dizer da obra onde o corpo do artista toma o primeiro plano? É a Body Art que entra em cena. E também o próprio corpo se transforma em meio a expressões de trabalhos associados aos Happenings e Performances, onde a tônica recai sobre o rompimento das barreiras entre arte e não-arte. A perceção do observador é pensada como experiência ou atividade que ajuda a produzir a realidade descoberta, que é largamente utilizada nas Instalações.
Vale lembrar também o uso de novas tecnologias como vídeo, televisão, computador etc, que atravessa parte substantiva da produção contemporânea, trazendo novos elementos para o debate sobre o fazer artístico.
Assim a arte vai se desdobrado, criando cada vez mais, novas maneiras de expressão... e por aí vai.


)) consulta: www.itaucultural.com.br




>> listen ............................... cpm 22 // fim do mundo

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