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terça-feira, 19 de agosto de 2014

Poesia em Volta Redonda

É com prazer que convidamos os amigos para o lançamento de dois livros no próximo dia 27 de agosto,a partir das 16h, na Livraria Veredas, no Pontual Shopping, na Vila em Volta Redonda.
 
Inquietude, poesias de Vera Regina Marins
Tecendo a Vida, poesias e crônicas de Eliane de Lacerda
 
Um evento cultural aquecido com a leitura de texto e poesias das autoras para o qual contamos com 
as ilustres presenças dos amigos.
 
 

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Cazuza inspira exposição


Em homenagem ao poeta e músico Cazuza, o Museu da Língua Portuguesa (Praça da Luz, s/nº, Centro, São Paulo) inaugura amanhã, dia 22 de outubro, a exposição “Cazuza mostra sua cara”, com curadoria do arquiteto e cenógrafo Gringo Cardia.

Montada no primeiro andar do Museu, a mostra vai até o dia 23 de fevereiro de 2014, e apresenta Cazuza como um dos expoentes da canção popular, que soube unir a tradição escrita à oral, fazendo a poesia circular livremente do livro para a música.

Dividida em salas, a exposição traduz a inquietação do artista e apresenta sua obra musical e poética de maneira lúdica e expressiva, de modo a agradar o público de todas as idades.

No dia da abertura da exposição o acesso ao Museu é gratuito e a visitação poderá ser feita até 22h.


Por: PublishNews

sexta-feira, 26 de abril de 2013

1ª Bienal do Livro de Volta Redonda


Acontece a partir de hoje começa a 1ª Bienal do Livro de Volta Redonda. Uma iniciativa pioneira na cidade, idealizada e desenvolvida pelo Instituto Dagaz, com a colaboração de muita gente interessada na formação cultural do nosso povo.

Começa hoje, a partir das 14 horas, e vai até domingo, no Condomínio Cultural, no bairro Volta Grande. A abertura oficial será ás 19 horas, com a jornalista e escritora Giovana Damaceno na condução da cerimônia. No sábado, ela vai estar na Sala de Debates, às 18 horas, num bate-papo com o tema “Mudando de assunto – o cotidiano no universo da crônica”.

Veja abaixo todos os detalhes do evento e a programação completa na Revista da Bienal.




Instituto Dagaz é uma associação civil sem fins lucrativos, dedicada a promover o desenvolvimento sociocultural de comunidades de baixa renda vilipendiadas, localizadas em centros urbanos, situada em Volta Redonda.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ele voltou!

Sim, Chico Buarque fará uma turnê
Além das músicas do novo CD, o compositor vai cantar antigos sucessos, como Geni e Sonho de Carnaval. Chico não sai em turnê há cinco anos
Em: 13/10/2011
Por: Danilo Casaletti, para Revista Época.

Desde que lançou seu novo álbum, Chico, que chegou às lojas em julho e já vendeu 80 mil cópias, havia uma dúvida se o compositor faria ou não shows para promover seu mais recente trabalho. A resposta chegou nesta quinta-feira (13). A assessoria de imprensa de Chico divulgou que a nova turnê do artista começa no próximo dia 5 de novembro, em Belo Horizonte. Depois, o show segue para Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo (confira as datas no final desta reportagem).Outras cidades devem ser incluídas.

O roteiro do show foi construído a partir das dez novas canções lançadas por Chico. Elas serão amarradas por 18 canções de seu vasto repertório. No palco, o artista estará acompanhando por Luiz Claudio Ramos (violonista e arranjador), João Rebouças (piano), Bia Paes Leme (teclados e vocais), Wilson das Neves (bateria), Chico Batera (percussão), Jorge Helder (contrabaixo) e Marcelo Bernardes (flauta e sopros).

Em seu site oficial, o mesmo pelo qual lançou seu disco, Chico postou um vídeo falando sobre a turnê. “Vamos mostrar uma pouco da nossa bagunça”, diz o compositor, referindo-se ao ensaio. Chico também diz que enquanto gravava o disco não quis pensar em turnê, mas depois mudou de ideia. “Fiquei com vontade de cantar ao vivo as músicas do disco”.

No video, Chico dá algumas dicas das canções antigas que devem estar no show, como “Sonho de Carnaval”, uma das primeiras músicas gravadas por ele. “Ela foi reservada para o bis. Isso é, se pedirem bis”, diz. Outro grande sucesso dele, “Geni”, nunca cantada em shows por ele, também vai estar no roteiro, segundo Chico.

A última turnê de Chico aconteceu em 2006, quando ele lançou o elogiado álbum "Carioca". A apresentação rendeu um DVD. Aliás, sair com um espetáculo após lançar um trabalho não é algo que atraia muito o compositor. Apesar de já ter lançado mais de 40 discos, nos últimos 36 anos, Chico saiu em turnê apenas seis vezes: Chico e Bethânia (1975), Francisco (1988), Paratodos (1994), As Cidades (1999) e Carioca (2006).
(fim da matéria)
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Os fãs devem estar apreensivos com essa novidade, já que não é sempre que o ídolo da mpb dá o ar de sua graça nos palcos. O grande ícone da música nacional, começa sua carreira na década de 60 se destacando em 1966 quando vence o Fesival de Música Popular Brasileira com a canção "A Banda".


Pouco antes disso, em 63, ingressa no curso de Arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU). Porém, cursa apenas dois anos e para em 1965, quando começa a se dedicar à carreira artística.
Conhece Elis Regina, que havia vencido o Festival de Música Popular Brasileira em 65 com a canção "Arrastão", mas a cantora acabou desistindo de gravá-la devido à impaciência com a timidez do compositor. Chico Buarque revela-se ao público brasileiro quando ganha o mesmo Festival no ano seguinte (1966), transmitido pela TV Record, com "A Banda", interpretada por Nara Leão (empatou em primeiro lugar com "Disparada", de Geraldo Vandré e interpretado por Jair Rodrigues ). No entanto, Zuza Homem de Mello, no livro "A Era dos Festivais: Uma Parábola", revela que "A Banda" venceu o festival. O musicólogo preserva por décadas as folhas de votação do festival. Nelas, consta que a música "A Banda" ganhou a competição por 7 a 5. Chico, ao perceber que ganharia, vai até o presidente da comissão e diz não aceitar a derrota de "Disparada". Caso isso acontecesse, iria na mesma hora entregar o prêmio ao concorrente. No dia 10 de outubro de 1966, data da final, se inicia o processo que torna Chico Buarque uma unanimidade nacional, alcunha criada por Millôr Fernandes.



Chico e seus amigos do MPB-4
No festival de 1967 faz sucesso também com "Roda Viva", interpretada por ele e pelo grupo MPB-4 — amigos e intérpretes de muitas de suas canções. Em 1968 volta a vencer outro Festival, o III Festival Internacional da Canção da TV Globo. Como compositor, em parceira com Tom Jobim, com a canção "Sabiá". Mas desta vez a vitória foi contestada pelo público, que preferiu a canção que ficou em segundo lugar: "Pra não dizer que não falei de flores", de Geraldo Vandré.

Socialista declarado, Chico se autoexila na Itália em 1969 devido à grande repressão da ditadura militar no Brasil. Lá faz espetáculos com Toquinho e tem suas canções "Apesar de você" (que dizem ser uma alusão negativa ao presidente Emílio Garrastazu Médici, mas que Chico sustenta ser em referência à situação) e "Cálice" proibidas pela censura brasileira. Adota o pseudônimo de Julinho da Adelaide, com o qual compôs apenas três canções: "Milagre Brasileiro", "Acorda amor" e "Jorge Maravilha". Na Itália Chico torna-se amigo do cantor Lucio Dalla, de quem fez a belíssima "Minha História", versão em português (1970) da canção "Gesù Bambino" (título verdadeiro 4 marzo 1943), de Lucio Dalla e Paola Palotino. Em viagem a França, torna-se amigo de Carlos Bandeirense Mirandópolis inspirando-se em uma de suas composições para criar a famosa "Samba de Orly".




Ao retornar ao Brasil, em 1970, se torna um dos artistas mais ativos na crítica política e na luta pela democratização do país. Continua com composições que denunciavam aspectos sociais, econômicos e culturais, como a célebre "Construção" ou a divertida "Partido Alto". Apresenta-se com Caetano Veloso (que também foi exilado, mas na Inglaterra) e Maria Bethânia. Teve outra de suas músicas associada a críticas a um presidente do Brasil. Julinho da Adelaide, aliás, não era só um pseudônimo, mas sim a forma que o compositor encontra para driblar a censura, então implacável ao perceber seu nome nos créditos de uma música. Para completar a farsa e dar-lhe ares de veracidade, Julinho da Adelaide chega a ter cédula de identidade e até mesmo concede entrevista a um jornal da época.





Uma das canções de Chico Buarque que critica a ditadura é uma carta em forma de música, uma carta musicada que ele fez em homenagem a Augusto Boal, que vivia no exílio, quando o Brasil ainda vivia sob a ditadura militar. A canção se chama "Meu Caro Amigo" e é dirigida a Boal, que na época estava exilado em Lisboa. A canção foi lançada originalmente num disco de título quase igual, chamado "Meus Caros Amigos", do ano de 1976.

O "Eu Feminino" é outro traço marcante na carreira de Chico. São muitas composições que se notabilizam pela decantação de um "eu" feminino, retratando temas a partir do ponto de vista das mulheres com notória poesia e beleza. Esse estilo é adaptado em "Com açúcar e com afeto" escrito para Nara Leão. Continua nessa linha com belas canções como "Olhos nos Olhos" e "Teresinha", gravadas por Maria Bethânia, "Atrás da Porta", interpretada por Elis Regina, e "Folhetim", com Gal Costa, "Iolanda" (versão adaptada de letra original de Pablo Milanés), num dueto com Simone, "Anos Dourados" – um clássico feito em parceria com Tom Jobim para a minissérie de mesmo nome e "O Meu Amor" para a peça "Ópera do Malandro" interpretada por Marieta Severo e Elba Ramalho sendo que, para essa última, fez também "Palavra de Mulher".


Desde muito jovem, Chico conquista reconhecimento de crítica e público tão logo os primeiros trabalhos são apresentados. Ao longo da carreira se torna parceiro como compositor e intérprete de vários dos maiores artistas da Música Popular Brasileira como Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Toquinho, Milton Nascimento e Caetano Veloso. Os parceiros mais constantes são Francis Hime e Edu Lobo.



Edu Lobo e Chico Buarque
Como grande artista que é, não figura apena nas música. Na carreira literária ganhou 3 prêmios Jabuti: melhor romance em 1992 (Estorvo), além do Livro do Ano, tanto pelo livro "Budapeste" (2004) como por "Leite Derramado" (2010).




Tem ainda obras teatrais completas compostas, como "Roda Viva" (escrita no final de 1967 com estreia no Rio de Janeiro no início de 1968, direção de José Celso Martinez Corrêa, com Marieta Severo, Heleno Pests e Antônio Pedro nos papéis principais); "Calabar" (escrita no final de 1973, em parceria com o cineasta Ruy Guerra e dirigida por Fernando Peixoto); "Gota D'água" (escrita com Paulo Pontes a partir de um projeto de Oduvaldo Viana Filho, tragédia urbana em forma de poema com mais de quatro mil versos); "Ópera do Malandro" (texto baseado na 'Ópera dos mendigos' (1728), de John Gay, e na 'Ópera de três vinténs' (1928), de Bertolt Brecht e Kurt Weill. O trabalho partiu de uma análise dessas duas peças conduzida por Luís Antônio Martinez Corrêa e que contou com a colaboração de Maurício Sette, Marieta Severo, Rita Murtinho e Carlos Gregório) e "O Grande Circo Místico" (inspirado no poema do modernista Jorge de Lima, Chico e Edu Lobo compuseram juntos a canção homônima para este espetáculo, que estreou em 17 de março de 1983).




Com 53 discos lançados, 7 livros, 4 filmes (como ator e co-autor), 6 dvds, entre outros, Chico Buarque hoje é considerado grande ícone e referência da música popular brasileira. Um nome que tem um legado marcado na historia brasileira de forma irretocável.

Veja agora as datas da nova turnê de Chico Buarque:

Belo Horizonte:
Palácio das Artes / De 5 a 8 de novembro
Porto Alegre:
Teatro do Sesi / Dias 28 e 29 de novembro
Curitiba:
Teatro Guaíra / De 15 a 18 de dezembro
Rio de Janeiro:
Vivo Rio / De 5 a 29 de janeiro
São Paulo:
HSBC Brasil / De 1 a 25 de março




Baixe aqui algumas das músicas citadas nesse 
post e mais algumas de Chico Buarque que eu 
selecionei especialmente pra vc!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

#Flip 2010



Oi Gente!

Passada rápida e mortal para dizer que estou indo me afundar em cultura e diversão em Paraty a partir de hoje e fico até domingo. Muita coisa boa me espera por lá e se vc quer conferir a programação completa, é só acessar o site oficial da Flip.

Certamente vcs já devem ter visto nos princiáis noticiários que a Flip deste ano está bombando e o homenageado é o escritor Gilberto Freire . Me despeço deixando aqui um poema dele pra vcs.

Quem quiser acompanhar minhas aventuras, é só acessar @sibucs e @gidamaceno no twitter.

Bjs,
Cintia


sexta-feira, 16 de abril de 2010

Café, Cachaça e Chorinho - 2010


Chegou a época. Agora "Café, Cachaça e Chorinho" passa a fazer parte do nosso outono. Essa é uma das melhores conversas. Confiram a programação e participem, vale a pena!

Bjs,
Cíntia
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O circuito "Café, Cachaça e Chorinho" é uma viagem ao cenários histórico-culturais das fazendas e vilas do século XIX para descobrir os encantos do Vale do Café, sua arquitetura, costumes, gastronomia, música, folclore e seu artesanato. Uma viagem inesquecível.

A região do Vale do café é composta por 14 cidades do estado do Rio de Janeiro, que tem sua história ligada ao ciclo do café. Oferece aos visitantes além de um excelente clima, um verdadeiro passeio pela história do estado, com sua suntuosa arquitetura rural do ciclo do café. São casarões, fazendas, senzalas, um patromônio riquíssimo que vale a pena ser visitado e explorado.

♦ Programação:


15 de abril – quinta-feira:

20h: Abertura da exposição “Império do Café” e esquete teatral com personagens históricos do século XIX
Elaboração e Coordenação: Ana Maria Bastos Seraphim.
Local: Centro de Cultura Fazenda da Posse. Rua Dário Aragão nº 02 – Centro – Barra Mansa – RJ.
Realização: PMBM / SESI.

21h: Show de Chorinho
Local: Centro de Cultura Fazenda da Posse. Rua Dário Aragão nº 02 – Centro – Barra Mansa – RJ.
Realização: PMBM


17 de abril – sábado:


10h: Abertura da exposição sobre o livro “Café, um grão de história” – Editora Dialeto
Direção e Fotografia: Vito D´Alessio , Texto: Sérgio Túlio Caldas.
Produção Vale Imperial: Ana Maria Bastos Seraphim, Sonia Maria Mattos Lucas.
Local: Palácio Barão de Guapy (Biblioteca Municipal) – Rua Custódio Ferreira Leite, nº 01 - Centro.
Realização: PMBM

13h: Feijoada na Fazenda São Lucas
Apresentação musical: Show de Chorinho
Degustação de drinks com cachaça.
Local: Rodovia Lúcio Meira – BR393, Km 295 – Jardim Guanabara, 800.
Venda antecipada de convite camiseta: R$ 25,00.
Contato: (24)3342-7678 / (24)9979-1758.

15h: Oficina "Café com Requinte", com o barista George Gepp.
Local: SESC Barra Mansa. Rua Tenente José Eduardo, 560 – Ano Bom.
Classificação: 18 anos
Entrada Grátis
Vagas limitadas – Inscrições no Setor de Cultura
Tel.: (24)3324-2807
Realização: SESC Rio de Janeiro

 
18 de abril – domingo:


12h: Dito e seu grupo de Chorinho - Apresentação musical de clássicos do choro
Local: SESC Barra Mansa. Rua Tenente José Eduardo, 560 – Ano Bom. Tel.: (24) 3324-2807
Classificação: livre
Entrada Grátis
Realização: SESC Rio de Janeiro


21 de abril – quarta-feira:

10h: Chorinho itinerante pelo Centro de Barra Mansa
Concentração: Praça Ponce De Leon (Igreja Matriz de São Sebastião)
Realização: PMBM


23 de abril – sexta-feira:

10h: Chorinho itinerante pelo Centro de Barra Mansa
Concentração: Praça da Liberdade
Realização: PMBM

20h30min: Samba, Choro & Cia
Uma noite com muito samba, choro, gafieira e gastronomia típica.
Degustação de diversas receitas elaboradas com café pelo barista George Gepp.
Apresentação do cantor e violonista Thales Dias.
Local: SESC Barra Mansa - Rua Tenente José Eduardo, 560 – Ano Bom. Tel: (24)3324-2807
Classificação: 14 anos
Entrada Grátis
Realização: SESC Rio de Janeiro


24 de abril – sábado:

15h: Oficina "Café com Requinte", com o barista George Gepp
Local: SESC Barra Mansa - Rua Tenente José Eduardo, 560 – Ano Bom
Classificação: 18 anos
Entrada Grátis
Vagas limitadas – Inscrições no Setor de Cultura
Tel.: (24)3324-2807
Realização: SESC Rio de Janeiro

16h30min às 18h30min: Café Colonial na Fazenda São Lucas
LOcal: Rodovia Lúcio Meira – BR393, Km 295 – Jardim Guanabara, 800.
Informações: (24)3342-7678 / (24)9979-1758


25 de abril – domingo:

12h: Dito e seu grupo de Chorinho. Apresentação musical de clássicos do choro
Local: SESC Barra Mansa - Rua Tenente José Eduardo, 560 – Ano Bom - Tel: (24)3324-2807
Classificação: livre
Entrada Grátis
Realização: SESC Rio de Janeiro


sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Poesia




Ruídos Insones
 
Vento na fresta da janela 

Folhas do antúrio batendo no vidro 

Carros passando (ou voando?) no estradão 

Motor da geladeira 

Asas da mariposa 

Televisão do vizinho 

Choro do bebê do vizinho 

A voz da mulher do vizinho 

Água caindo na caixa d'água 

Pipa balançando ao sabor do vento agarrada no fio do poste 

Cachorros latindo nas ruas 

Meus cachorros latindo no portão 

Minha respiração

A caneta no papel



sábado, 7 de fevereiro de 2009

Drummond inspira artistas

"A Mão Suja que Inspira Manon", colagem sem tela de Claudia Di Paolo.


A Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, em realização com a Casa das Rosas e o Estúdio Contempoarte, apresenta a exposição Diálogos com Drummond. A mostra, inédita, tem inauguração marcada para 5 de fevereiro, às 10h, e reúne criações de 22 artistas plásticos inspirados na vida e obra do escritor e poeta Carlos Drummond de Andrade.
Sob curadoria de Waldo Bravo, Diálogos com Drummond reflete sobre as artes plásticas e a literatura, referenciando o autor. As obras são acompanhadas pelos textos, poemas e poesias que as inspiraram. Cada artista escolheu um “caminho” e amadureceu uma idéia, com o objetivo de expressar um pensamento marcado pela obra de Carlos Drummond de Andrade.
Algumas das obras merecem destaque, como "A Mão Suja que Inspira Manon" (foto acima), colagem sem tela de Claudia Di Paolo e a tela Os anjos de Drummond faz referência ao Poema da Purificação de Cristina Maratasso.
Me lembro que no 3º período da faculdade nos fizemos um trabalho parecido, baseado no conto "O Corpo Fechado" de Guimarães Rosa. A exposição contou com instalações feitas pelas turmas de Barra Mansa e da Cicuta e as obras ficaram expostas no Centro de Cultura Fazenda da Posse, em Barra Mansa.


Outras obras da exposição Diálogos dom Drummond



quarta-feira, 11 de junho de 2008

Drummond...


Mãos Dadas

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considere a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
Não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
Não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
Não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente,
os homens presentes, a vida presente.

segunda-feira, 19 de maio de 2008


"Arte de Ver"
Rubem Alves


Ela entrou, deitou-se no divã e disse: 'Acho que estou ficando louca'. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. 'Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões - é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa espanto.'

Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as 'Odes Elementales', de Pablo Neruda. Procurei a 'Ode à Cebola' e lhe disse: 'Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: 'Rosa de água com escamas de cristal'. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver'.

Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.


William Blake sabia disso e afirmou: 'A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê'. Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.

Adélia Prado disse: 'Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra'. Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.

Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem. 'Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios', escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada 'satori', a abertura do 'terceiro olho'. Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: 'Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram'.
Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, 'seus olhos se abriram'. Vinicius de Moraes adota o mesmo mote em 'Operário em Construção': 'De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa - garrafa, prato, facão - era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção'.

A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas - e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam... Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que vêem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.

Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: 'A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as têm na mão e olha devagar para elas'.

Por isso - porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver - eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do poema de Caeiro. Sua missão seria partejar 'olhos vagabundos'...



O texto acima foi extraído da seção 'Sinapse', jornal 'Folha de S.Paulo', versão on line, publicado em 26/10/2004.




>> Recebi esse texto da minha amiga Giovana Damaceno por email e não me cotive em apenas ler e encaminhar aos meus amigos, tive que publicá-la aqui!

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