terça-feira, 11 de setembro de 2007

Consegui!

Caramba... estive numa luta para tirar a tal CNH - Carteira Nacional de Habilitação que começou em setembro de 2006, quando dei entrada no meu processo...


"Exame médico pra começar e o famoso teste psicotécnico. Ainda não entendi ao certo pra que serve esse tal psicotécnico. Você fica lá respondendo perguntas idiotas para uma psicóloga que fica analisando até seu modo de respirar. Depois, na hora da avaliação escrita, vêm aqueles desenhos estranhos com opções para marcar, do tipo "quantas árvores existem na imagem acima" e "qual dessas linhas completa a figura abaixo" e por aí vai.
Pois bem, depois de responder a todas as mais de 30 questões - tudo cronometrado, quando acaba o tempo, já era! - vem a parte, digamos, legal: você tem que desenhar... isso mesmo, desenhar. Vamos lá: "desenhe vários círculos um ao lado do outro até a instrutora dizer pare." Putz.... minha mão doía de tanto fazer as tais bolinhas... cruzes. E depois linhas, vários "pauzinhos" um ao lado do outro. E como se não bastasse, depois de tudo isso ainda precisamos contar! Todas as bolinhas e todos os pauzinhos. E a instrutora é clara em dizer "contem corretamente e com calma, pois depois vamos conferir se vocês contaram certo." Sem comentários (eu juro que tinha gente nervosa nesse dia com medo de não passar).

Bem, passado o trauma das bolinhas, vamos às aulas teóricas. Chatérrimas. Durante 7 dias. Se perder uma aulinha sequer, pronto! Tem que esperar formar uma nova turma e pegar a aula que perdeu. Já deu pra perceber que demorrei décadas para conseguir terminar os módulos, né...? tsc.
Enfim, fiz lá a tal prova na auto-escola e consegui todos os pontos que precisava para poder me inscrever no exame teórico do Detran - mas o que me ajudou mesmo a passar foram os simulados no site do Detran que eu praticava todo santo dia na hora do almoço!
No dia da prova cheguei bem cedo e já tinha fila. Demorou algumas horas para que eu conseguisse finalmente começar a fazer minha prova. 30 questões e você pode errar até cinco. Passei. Acertei 27.


Agora sim, finalmente as aulas práticas de direção! Maravilha? Que nada! Aquilo é desesperador! Você começa a dirigir um veículo enorme e não tem noção nehuma de espaço. Parece que vai sair batendo em tudo e atropelando cada ser vivo pela frente. Mas depois de uma 4 aulas você consegue. Aí vem o trânsito... O instrutor te leva lá pra principal avenida da cidade, lotada de carros, e manda você ficar calma. Calma?? Como? Com um ônibus colado na sua traseira e um toyota corolla na frente? Mas um dia você acostuma. Até eu acostumei.
Depois vem a aula de baliza. Graças a Deus começam as práticas para o grande dia. Minha prova de fogo. Logo na primeira, estranhei. O carro vai virando e você tem que olhar tudo pelo retrovisor; me deu tonteira. Duas tentativas e consegui me acostumar também - afinal, com o que não nos acostumamos nessa vida, heim?!
Cinco aulas depois eu estava craque. Quer dizer, isso era o que eu achava. Fiquei duas semanas sem aula e na primeira aula após esse período tinha esquecido tudo! Fui péssima, tanto na baliza quanto no percurso. Deprimi, chorei, vi que estava cada vez mais longe o sonho de ter logo minha carteira. E se fosse no dia da prova? Tava ferrada. Ok, vamos lá... mais cinco aulas. Falta pouco agora para marcar o dia da prova.

Finalmente marcaram a prova. Seria dia 31/08, uma sexta-feira. Se desse tudo certo, a comemoração seria boa. Porém, dois dias antes da prova - e eu me preparando psicologicamente e com uma aula extra marcada para o dia anterior - eles me ligam dizendo que a data fora adiada. E agora? Eu estava pronta!

Nova data: 11/09. Nossa, que data é essa... justamente no tão famoso 11 de setembro? Será que isso vai trazer boa sorte? Ou não? Putz, nesse mesmo dia haverá um eclipse. Na horinha em que eu estiver indo para o campo de concentração. Para ver aqueles fiscais ditadores nos tratando como pessoas burras, medrosas, descrentes da inteligência que temos.

Grande dia: lá fui eu, fingindo estar bem, sorridente. Por dentro? Um desesperador aperto na boca do estômago. Pensamentos? "E se eu não passar? E se o fiscal não for com a minha cara? E se o carro morrer? Reprova na hora, né? Não! Reprova na hora só se derrubar a baliza! Tem que tomar cuidado pra não ficar nervosa e acelerar demais... Também não pode soltar muito a embreagem, senão o carro morre." Socorro! Minha vontade era sair dali correndo, pra um lugar onde não existise carros, nem provas, nem carteiras de habilitação.

Mas tive uma grata surpresa. Antes de inicar a tortura fomos chamados, 120 pessoas, para um lado do campo de concentração e a ditadora-mór começou a explicar as tarefas e os procedimentos. E ela foi extremamente simpática! Explicou os detalhes e falou como deveríamos estar nos sentindo naquele momento. Todos ali, sem exceção, estavam com os nervos à flor da pele e ela pedia para que nos distraíssemos e não falássemos a palavra "nervoso", pois isso nos deixaria ainda mais tensos e nos atrapalharia no momento crucial do exame. Se tentássemos nos enganar, fingindo que estávamos calmos, seria melhor pois na hora do exame conseguiríamos realizar tudo com sucesso. Afinal, se chegamos até ali é porque estávamos prontos.

E assim eu fiz. Relaxei. Liguei o botão do foda-se. Afinal, eu sabia de cór e salteado cada passo que eu deveria dar, do começo ao fim.

Chegou a hora. Meu instrutor me chamou. Mãos suando. Ele colocou o carro na vaga e fiquei aguardando a banca me chamar. Observei a vaga, pensei "meu Deus, que maravilha, quase não acreditei... o Senhor é mesmo muito maravilhoso pra mim". A minha vaga era a última de todas, de frente para o portão de saída e com o meio fio reto - o que facilita muito na hora de alinhar o carro. Perfeito, não tinha o que errar. Na saída para o percurso nada para atrapalhar, era passar a primeira e ir e frente, sem obstáculos.

Me chamaram, finalmente. Acompanhei duas fiscais até meu carro e até que elas estavam sorridentes. Putz, não conseguia respirar direito, me dava uma tremedeira por dentro, vontade de chorar. A primeira entrou no carro e eu comecei. Respirando sempre, prestando atenção em tudo. Fiz tudo devagar, com calma - mesmo me lembrando que tinha exatos 4 minutos para terminar a primeira etapa da tortura. E foi perfeito. Quase não acreditei que consegui. Vamos à segunda parte.... o percurso. Mais perfeito ainda. Novamente Deus me mostrando provas de sua fidelidade às minhas orações: nenhum carro na minha frente, nem atrás, nem pedestre nem nada. Caminho livre pra mim.

E assim foi. Tudo perfeito, sem erros. Estacionei e desci do carro, tentando conter toda a emoção e alívio tremendo que sentia naquele momento. Porra, que vontade de gritar e sair correndo! Mas não consegui manter calma por muito tempo: minha irmã gritava vindo em minha direção. Esqueci as fiscais - já tinha passado mesmo - e corri pra ela! Logo atrás minha mãe e meu instrutor. Todos me abraçando e dando os parabéns pela vitória.

Andei até a banca examinadora, assinei e recebi os parabéns da presidente da mesa - aquela simpática do começo. Confesso que senti vontade de agradecer a ela pelas palavras que me tranquilizaram, mas deixei isso pra lá, ela já não estava tão simpática assim.

Daqui há cinco dias estarei com minha CHN - provisória - nas mãos.

Agora é começar a dirigir pra praticar mais e enfrentar esse trânsito louco dessa cidade de interior que tem mania de metrópole. Aff..."




>> listen .......... the cars//drive

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Frávia, a dona do brog disse...

Caramba!!!!! Feliz você!!!!!
Eu tirei a minha carteira há seis meses, em SP... depois de o triplo de aulas exigidas pelo Detran, mas não por gosto das alas práticas, mas por simplesmente ser uma pessoa colocada no mundo pra não ter "controle motor", "noção de espaço", "lateralidade" e tudo o mais que a prática exige de um motorista.
Pois muito bem. Passei de primeira (mas tive uma aula três horas antes da prova prática... eheh) e três dias depois eu estava com a CNH.
Daí voltei pra casinha de papai, há três meses. "Vamos sair com a Flávia dirigindo"... o carro do meu pai tem pelo menos duas vezes o carro no qual eu aprendi a dirigir....
SAbe o resultado? Meu pai me dizendo: "É, Flavinha... você agora está habilitada pra aprender oficialmente a dirigir!!!"
Fiquei tão frustrada que ainda não me recuperei... e to vivendo outra das minhas crises existenciais! eheheheh!!!!!!!

Ah, pra constar... adorei o blog, as abordagens... tentei comentar antes, mas a minha internet super, hiper, mega, ultra lenta não me permitiu!
Vou linká-lo lá no brog, ok?
Beijos

Giovana disse...

Ahá!!!!
Agora tô esperando...
Quando é que você vai me levar pra uma cerveja?
Só levar, hein?
Beber, deixa comigo!
hahahahahaha

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