Eu fico muito feliz em ver esse tipo de coisa acontecer, pois é um passo enorme em relação à democratização da arte. As pessoas ainda tem a sensação de que arte é coisa de gente intelectual, coisa de "gente rica", mas na verdade não é isso. A arte há muito deixou de ser coisa de elite. Ela quer se aproximar de cada um, do seu dia-a-dia, quer mostrar a realidade da sociedade. E quando os museus lotam e as exposições precisam ser prorrogadas, é muito bom! É sinal que as pessoas estão se interessando mais por coisas que complementam a vida do que por outras sem sentido e vazias.
Autorretrato com folhas e galhos, intitulado "Outono".
No detalhe dá pra ver bem como é feita a composição da obra.
No detalhe dá pra ver bem como é feita a composição da obra.
Voltando ao Vik Muniz, muita gente conhece o trabalho dele mas não sabe. Lembra do cd "Tribalistas", do trio Marisa Monte / Carlinhos Brown / Arnaldo Antunes? Pois é, a ilustração da capa do cd, feita com calda de chocolate, é dele. E esse exemplo resume bem o que ele faz: esculturas e desenhos com materiais inusitados que ele monta e fotografa. Usa materiais inusitados como chocolate, açúcar, poeira, lixo, arame, fios de algodão, papel picado, pimenta, entre outros, criando um diálogo com a história da arte - ele costuma refazer algumas obras famosas com esses materiais e fotografa.
Com obras em acervos de museus como Metropolitan, Whitney, MoMA, de Nova York e o Reina Sofia, de Madri, o artista plástico brasileiro é muito mais conhecido no exterior que no seu próprio país - onde seu trabalho mais famoso é exatamente o de chocolate na capa do CD.
Esse tipo de coisa não é nova. Muito antes de Vik começar a pensar em arte, grandes nomes como Picasso e Braque já se utilizavam dessa técnica em 1912, lá em Paris.
É sempre bom lembrar, que todas as vezes em que Vik retrata problemas sociais em suas obras, parte da renda das vendas é doada para instituições de crianças e adolescentes, sendo que a fotografia mais barata de Vik Muniz custa US$ 5 mil.
Selecionei 3 imagens bem legais que são da coleção "Self Portraits" (Autorretrato), de 2005 que ilustra bem como é o trabalho dele. Vik Muniz apresenta ainda entre suas obras, um Frankenstein feito com caviar, um Che Guevara em geleia e uma Medusa desenhada com macarrão e molho de tomate!
. . . . . . . . . .
"Vik Muniz"
Quando: prorrogada até 19 de julho.
Onde: MASP - Museu de Arte de São Paulo.
Info: (11) 3251-5644
Quanto: entrada grátis às terças-feiras, das 11h às 18h. Demais dias da semana, a entrada custa R$ 15 (com desconto de 50% para estudantes).
0 CLIQUE AQUI E COMENTE!:
Postar um comentário