To aprendendo a ouvir e curtir esse som. É confuso, mas é bom.
Mas que ela não deixa de ser uma grande artista, isso é verdade!!!!
Cintia
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Björk é um exemplo de cantores que se preocupam com seus videoclipes não apenas como uma divulgação comercial, mas realmente como obras de arte. E no caso de "All is Full of Love", isso toma proporções literais.
"All is Full of Love" foi o último e mais popular single do álbum Homogenic. E mais confuso. Pra entender um pouco, vamos ao conceito de single. Antigamente, na época dos LPs, os artistas lançavam álbuns completos em LP (Long Play), compilações com menos músicas em EPs (Extended Play) e as músicas de trabalho, geralmente só as que as pessoas queriam adiquirir, em Singles. Eram como os compactos no Brasil, no Lado A a música original e um remix, e do Lado B (o famoso B-side) uma música que não tenha entrado no álbum mas que era boa demais pra se deixar de lado, além de um Acapella para os DJs.
Björk lançou o "All is Full of Love" com a Versão Original, e outros remix. Mas no CD Homogenic a música era um remix de Howie B. O original no single e o remix no álbum? É. Confuso? É? Mas lembre de que estamos falando da Björk. A versão original é usada no clipe, e diga-se de passagem, muito mais tocante que a do álbum.
Pois bem, a música fala de como o amor está presente ao redor e dentro de nós, mesmo que não o aceitemos ou não possamos enxergá-lo. Björk a compôs num passeio pelo jardim após uma forte chuva, quando ela lembrou das histórias Vikings. Mesmo após toda a guerra e catástrofe, tudo se enchia de amor. Pra transcrever todo o lirismo da música em linguagem audiovisual, Björk chamou Chris Cunningham, diretor de videoclipes, videoarte e comerciais.
Ao ouvir a faixa pela primeira vez, ele escreveu em um papel "Sexual, Leite, Porcelana Branca, Cirurgia". Segundo o diretor, ele colocou no clipe coisas que rondavam a adolescência, como robôs e pornografia. Björk concordou com a ideia imediatamente, pois havia chegado em Londres com um livro de Kama Sutra, servindo de referência para o clipe.
Tudo começa no escuro, com as luzes acendendo gradativamente. Numa mesa, um robô com o rosto da cantora está deitado, recebendo manutenção de braços robóticos. Enquanto canta, outro robô, idêntico, a acompanha na música.
No ponto alto, quando a música se torna cheia de sons não simétricos, caóticos e extremamente delicados, as duas começam a se beijar intensamente. Os sons de harpa se misturam com os ruídos industriais, construindo uma atmosfera dúbia: amor x artificialidade, harpas x ruídos, claro x escuro. Poesia jorrando entre efeitos hi-tech e a intensidade de Björk.
Para executar o clipe, Chris usou unicamente robôs em tamanho real (o clipe é de 1997). A cabeça da réplica foi desprezada. Gravaram Björk cantando na mesmpa posição das peças.
Com edição de vídeo e CGI, criaram a cabeça robótica e utilizaram somente a boca e os olhos da cantora.
Para os braços robóticos foram criadas animações 3D. Essa mistura de 2D com 3D, real e edição constroem ainda a linguagem dualista. Você não sabe definir exatamente o que é real ou não!
O video foi indicado a vários prêmios, incluindo o Grammy de melhor Curta. Ganhou o VMA. Para completar (o que disse sobre ser uma obra de arte) o clipe está em exposição permanente no Museu de Arte Moderna de Nova York.
Outra polêmica foi o filme "Eu, Robô". Os andróides do filme, de 2004, são incrivelmente parecidos com os do clipe, de 1997. Chris Cunningham não se pronunciou sobre, mas todos comentaram a incrível semelhança. O site Low Culture fez um lado-a-lado das semelhanças:
O Amor e a poesia estão em todo lugar. Você consegue sentir?
Por: Julio - Metheoro.net
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