domingo, 3 de abril de 2011

Café, Cachaça e Chorinho 2011

Choro brasileiro e gastronomia no cenário das fazendas do século XIX. É nesse cenário que acontece o tão esperado evento que enche de alegria o Vale do Paraíba: "Café, Cachaça e Chorinho".

O circuito de outono é uma viagem nos cenários histórico-culturais das fazendas de café e vilas do século XIX para descobrir os encantos do Vale do Café com sua arquitetura, costumes, gastronomia, música, folclore e artesanato. O eventro acontece simultaneamente em Barra do Piraí - Ipiabas, Barra Mansa, Engenheiro Paulo de Frontin, Mendes, Miguel Pereira, Paty do Alferes, Piraí, Valença - Conservatória e Vassouras. Cada cidade apresenta uma programação ligada ao tema e mostra toda sua hospitalidade e cultura.

Vale a pena acessar o site do evento e consultar a programação de cada cidade. Além de conhecer mais sobre a festa, vc vai navegando embalado ao som de um choro delicioso de Carlos Henrique, do grupo Vale dos Tambores, um dos grandes compositores de choro da região. A música "Jogueiro" ao mesmo tempo em que devolve a homenagem aos mantenedores de uma cultura que atravessou todo o Ciclo do Café no Vale, compreende que os mesmos tiveram participação fundamental na construção da linguagem do choro brasileiro, pois esses jongueiros que cantavam e dançavam o jongo em torno da Bacia do Paraíba, eram os mesmos que formavam as famosas bandas de escravos que tiveram no vale a sua mais extensa representatividade.

Fazenda do Arvoredo - Barra do Piraí
É nesse clima que vai acontecendo a festa, cheia de detalhes, histórias, curiosidades e diversão. Os visitantes vão poder encontrar além de um excelente clima, um verdadeiro passeio pela história do estado do Rio de janeiro, com sua suntuosa arquitetura rural do Ciclo do café. São casarões, fazendas, senzalas, um patrimônio cultural riquíssimo que vale a pena ser visitado e explorado. Isso sem falar na exuberância da mata Atlântica emoldurando todo esse cenário.

Fazenda Bocaina - estrada Barra Mansa - Bananal
Mais informações: Café Cachaça e Chorinho 2011

quarta-feira, 30 de março de 2011

Rodeio? Não, obrigada.



RODEIO NÃO! 

Por: Giovana Damaceno, jornalista.

“Esta semana minha cidade mais uma vez vai sediar um espetáculo odioso. Touros e cavalos serão empurrados à arena, submetidos às práticas das mais cruéis, para corcovearem enquanto são montados por peões corajosos, sob os aplausos de uma plateia insana. Isto se chama rodeio. Um show de atrocidades ainda chamado de esporte, que felizmente, porém aos poucos, vai sendo proibido por lei em diversas cidades brasileiras. Até nos Estados Unidos, seu país de origem, já há cidades que baniram os rodeios.

Aqui no Brasil, este tipo de divertimento dos peões começou por volta da década de 50, justamente durante o trabalho de doma de touros bravos. Nos anos 60 os peões já haviam se transformado em competidores e corriam as cidades atrás de prêmios em dinheiro. Hoje os espetáculos de rodeios rendem milhares de reais e de dólares em festas de boiadeiros realizadas pelo interior do país, com tradição pecuarista. E Volta Redonda, mesmo sendo uma cidade de origem operária, recebe anualmente uma companhia que expõe os animais ao sofrimento e à humilhação, em troca de muito dinheiro, não só da exploração na arena, mas também dos shows musicais contratados para animar o que não tem graça nenhuma.

Quem promove este circo de horrores, por conta de interesses financeiros, defende-se de várias formas, argumentando que os animais são bem tratados, porque são as verdadeiras estrelas do espetáculo. Porém, fotos e vídeos feitos em rodeios por este país afora nos provam o contrário. Bois e cavalos são submetidos a choques elétricos; introdução de objetos perfurantes no ânus; ferimentos no dorso feitos com agulhas, pregos e anzóis; terebentina, pimenta e outras substâncias abrasivas são introduzidas no corpo do animal antes que sejam colocados na arena, para que fiquem enfurecidos e saltem; e muitos deles ainda passam pela descorna, na qual o chifre é aparado com um serrote, sem anestésico. Diversos laudos oficiais atestam o sofrimento e os maus tratos infligidos aos touros em variadas práticas, destacando-se os emitidos pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP e do Instituto de Criminalística do Rio de Janeiro.

Impossível virar as costas e ignorar a irresponsabilidade do poder público municipal em sediar, patrocinar, apoiar, promover este tipo de espetáculo na cidade. Não estamos mais na antiguidade quando homens e animais eram jogados nas arenas para morrerem sob a aprovação fanática da turba sedenta de sangue. Estamos no século 21. Não precisamos mais deste tipo de prática primitivista”.


Gostou? Divulgue essa causa!
Acesse o site: Eu Odeio Rodeio

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Eunice Nazário na Fazenda da Posse

Eunice Nazário é uma artista plástica renomada na região Sul Fluminense. Ela não só participa de espaços de arte, como também não abre mão de estar presente em seminários, encontros e debates promovidos por movimentos sociais, principalmente aqueles relativos aos povos indígenas, mulheres, crianças e adolescentes e negros.
Artista Plástica e escultora, suas obras se caracterizam pela preocupação com questões sociais, em especial com as desigualdades de oportunidades, de tratamento e com a discriminação de um modo geral. Sua especificidade é o povo negro e os nativos. Seu trabalho se desenvolveu a partir de um perfil autodidata e de muita pesquisa e persistência, refletindo sua reflexão subjetiva e social.
Como artista, Eunice procura transmitir através de suas obras, as preocupações sociais e provocar inquietações e questionamentos. Pretende assim contribuir para a reflexão de que mudanças positivas são possíveis, com um mundo melhor e mais igualitário, sem distinção de cor, credo e gênero.
Uma exposição muito interessante e que vale a pena visitar!

Beijos
Cintia
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O ateliê contemporâneo
está em todos os lugares: na escola, na casa, no campo, no barco, sob uma árvore. O que mais importa a este espaço é a imantação, os fenômenos agregados a este lugar dia após dia. Sensações e situações que criam atmosferas propícias ao pensamento estético, criatividade, imaginação; que provocam o pensar e o olhar de uma forma mais sensível.

Assim é o ateliê de Eunice Nazário. E é com este pensamento que o curador Ayrton Junior traz ao Centro de Cultura Fazenda da Posse um fragmento, ou talvez o todo deste espaço, imantado e repleto de significações.



Entre acúmulos de objetos achados e outros cedidos por conhecidos e desconhecidos, o atelier se apresenta como um todo de informações que falam por si. Estão lá objetos atraídos pela afetividade de Eunice e aproximados uns dos outros por critérios determinados pela própria artista, nascidos de sua vivência, suas experiências.


Para seu trabalho em arte, podemos destacar os conceitos de imantação e acúmulo, além de escultura social. Parece ser, portanto, as imantações que norteiam determinantemente o percurso criativo desta artista. A partir de seu discurso ela cria em seu entorno uma situação estética nova, provocativa aos sentidos. Imanta e acumula.


A presente exposição consiste, na medida do possível, na transposição do ambiente constituído por Eunice Nazário em seu atelier para o Centro de Cultura Fazenda da Posse. O último conceito a ser associado, para melhor entendimento, à obra de Eunice seria o do discurso social, cunhado por Joseph Beyus, artista europeu com atuação no século passado, que sugere uma expansão do conceito de arte, desde a organização do pensamento ao processo de criação, base primeira da ideia de escultura.

Ayrton Ferreira da Costa Júnior
[Curador de Artes, Arte-educador (especialista em Ensino da Arte – Estética Moderna e Contemporânea) e
especializando em Gestão Cultural.]

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"Eunice Nazário - esculturas, imantações e acúmulos."
Onde: Centrio de Cultura Fazenda da Posse, Barra Mansa.
Quando: de 03 a 30 de março de 2011
Horário: de quarta a domingo, das 11h às 17h.
Quanto: grátis
Contato: (24) 3322 – 3855 / fazendadaposse@uol.com.br

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Arte digital - human flowers

É isso que acontece quando junta fotografia, photoshop, muita criatividade e bom gosto!
Imagens belíssimas e interessantes! Não sei o autor...

Beijos
Cintia
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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Reforma do Palácio Guanabara

Foto: Luiza Reis-11.fev.2011/Governo do Rio de Janeiro.

Semana passada criei uma postagem sobre os azulejos de Portugal e agora eles voltam a ser assunto aqui no blog. É que está acontecendo uma reforma no Palácio Guanabara, sede do governo no Rio de Janeiro, desde de 2009 e agora, debaixo de algumas camadas de cimento, foram encontrados azulejos do século 19 e pisos da época da escravatura, período em que a princesa Isabel viveu na mansão em estilo neoclássico.
Todo material encontrado está sendo cuidadosamente restaurado e peças poderão ser vistas pelo público quando o Palácio for reaberto, após o restauro, em julho deste ano.
O palacete instalado no bairro das Laranjeiras, na zona sul da cidade, foi um presente de casamento do imperador Pedro II para a princesa.

Foto: Luiza Reis-11.fev.2011/Governo do Rio de Janeiro.

Quem passa em frente ao local já pode perceber as primeiras mudanças. Depois de vários anos pintado de branco com detalhes em cinza, ele voltou ao seu tom original: o ocre.
Toda a parte elétrica e hidráulica também estão sendo refeita. Antes os salões ficavam cheios de divisórias, com uma enormidade de fios embaralhados pelo chão.
Cerca de cem especialistas trabalham na restauração do Palácio. Desde 1889, quando deixou de ser o Paço Isabel e passou a ser chamado de Palácio Guanabara, esta é a quinta vez que é reformado.


♦ Curiosidade: 'Reforma' pretende alterar o visual do objeto ao contrário da 'Restauração', que tem por objetivo resgatar a aparência original. Nesse caso, acontece os dois, pois parte do Palácio será restaurado e parte modificado - como no caso das instalações elétricas e hidráulicas que serão modernizadas.


Fonte: Folha / Cotidiano

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Thomas Farkas

Thomas Farkas: um grande mestre da fotografia! Estudei rapidamente sobre a biografia dele na faculdade, com a professora Cristine Borovsky - outra grande artista em se tratando de fotografias.
O Inst. Moreira Sales, em São Paulo, está com uma exposição sobre Farkas com uma restrospectiva do trabalho do mestre húngaro, que escolheu o Brasil para se naturalizar.
A família de Farkas fundou a Fotoptica, que muita gente deve conhecer. Lá em casa, durante muito tempo, só revelávamos nossas fotografias pelo correio com eles e as fotos sempre chegavam lindas e bem embaladas, com todo cuidado.
Quem tiver a chance de ir visitar, vai encontrar imagens belíssimas e de grande teor poético.

Beijos
Cintia
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Thomaz Farkas – uma antologia pessoal
Por Anapaula Zigolio, do blog Mona Dorf - IG Cultura
Link da matéria
Fotos: Google


O Instituto Moreira Salles – São Paulo, traz a maior retrospectiva dedicada à obra do consagrado fotógrafo, com cerca de 100 imagens, parte delas inéditas. Húngaro, naturalizado brasileiro, Thomas Farkas teve seu acervo vasculhado durante dois anos pelos seus filhos, o diretor de cinema João e o designer gráfico Kiko Farkas, em conjunto com o IMS, que hoje preserva sua obra fotográfica.

O passeio por sua incrível trajetória rendeu, além da exposição, o livro, Thomaz Farkas – Uma antologia pessoal, do tipo coffee-table  com 140 imagens e texto do filho: ” O pai que fui descobrindo era um apaixonado pelo Brasil, sua gente, sua música e manifestações culturais: da cachaça à arquitetura modernista, do samba à cozinha rústica nordestina “, escreve João Farkas, na introdução do livro, para completar que o pai transitava sem nenhum preconceito entra a mais antenada visão de mundo e as mais profundas tradições populares.


Na retrospectiva, imagens produzidas a partir da década de 1940, época em que Farkas se associa ao Foto Cine Clube Bandeirante (FCCB), local de debate sobre a atividade fotográfica, frequentado também por Geraldo de Barros e e outros fotógrafos atuantes como José Yalenti, José A. Vergareche, German Lorca, formadores da fotografia moderna brasileira afinados com as vanguardas europeias e norte-americanas, os membros do clube buscavam uma estética, novos temas, enquadramentos e pontos de vista.

Na mostra, fotografias com uma abordagem mais humanista, que se aproximam do fotojornalismo, como as séries sobre o Rio de Janeiro onde são retrados moradores de bairros populares e centro histórico da então capital federal. Também presentes, imagens coloridas, datadas de 1975, feitas parte durante uma expedição científica ao Amazonas e a Salvador.



Thomaz Farkas

Thomaz Farkas é um dos grandes expoentes da fotografia moderna no Brasil. Sua família fundou a Fotoptica, empresa pioneira no comercio de equipamentos fotográficos no Brasil.

Aos oito anos de idade, em 1932, ganha de seu pai a primeira câmera fotográfica e durante os dez anos seguintes, começa a experimentar com seu brinquedo: fotografa família, animais domésticos, o grupo de amigos de bicicleta, fatos relevantes como a passagem do Zeppelin e a construção do estádio do Pacaembu


Pioneiro, Farkas estabeleceu contato com o fotógrafo Edward Weston, na Califórnia, e o curador de fotografia do Museu de Arte Moderna (MoMA), em Nova York, Edward Steichen. A pedido de Pietro Maria Bardi, montou o laboratório fotográfico do MAM/SP, junto com Geraldo de Barros.

Documentou como Marcel Gautherot e outros fotógrafos a construção de Brasília. A linguagem e abordagem é a fotografia documental, o fotojornalismo que pautaria nas décadas de 1960 e 1970, a Caravana Farkas de documentários sobre o Brasil profundo e a série em cores sobre a Amazônia e Nordeste (Notas de viagem).
Em 2005, a Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp inaugurou a exposição "Brasil e Brasileiros no Olhar de Thomaz Farkas", que apresentou, pela primeira vez, essas imagens.

Capa do livro de fotografias "Notas de Viagem"


Palestras

Começa no dia 12 de fevereiro, às 11h30, uma série de encontros sobre fotografia.  Eles vão acontecer uma vez por mês (sempre aos sábados) na loja do Instituto Moreira Salles por Livraria Cultura, com a participação de convidados. Na estreia, o fotógrafo Cristiano Mascaro bate-papo com o coordenador de fotografia do IMS, Sergio Burgi.





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"Thomaz Farkas: uma antologia pessoal"
Onde: Instituto Moreira Salles – São Paulo. Rua Piauí, 844, 1° andar, Higienópolis.
Quando: até 03 de abril de 2011
Horário: de terça a sexta-feira, das 13h às 19h; sáb e dom, das 13h às 18h.
Quanto: grátis

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Azulejos em Portugal

Recebi por email uma apresentação e compartilho por aqui para quem admira essa belissima arte que é a produção de azulejos multicoloridos e muito bem desenhados de Portugal.
Como a apresentação tinha mais imagens (lindas) que história, acabei fazendo uma pesquisa rápida pela internet para criar esse post. Espero que gostem!

Bjs
Cíntia
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A arte em toda sua dimensão é algo a ser reverenciado e, como tal, o povo lusitano o faz com a classe que lhe é peculiar. Um país rico culturalmente, tem na azulejaria um de seus exemplos mais clássicos. Uma simples peça, que em outros povos não é dada tanta importância, tem neste uma verdadeira catequese. Em quase toda extensão de Portugal, é consenso geral o uso desta peça de porcelana, divulgando sua história e sua arte, em todo canto onde seja visível.
Há cinco séculos que a azulejaria ocupa uma posição de destaque entre as artes decorativas portuguesas e, apesar de ter sofrido múltiplas influências ao longo de sua história, desenvolveu-se em Portugal características que merecem destaque como a riqueza cromática, a monumentalidade, o sentido cenográfico e a integração com a arquitetura.


Foi durante a ocupação árabe da Península que os povos ibéricos tiveram contato com a cerâmica mural. O termo "azulejo" deriva, aliás, de uma palavra árabe (al zulej) que significa pedra lisa e polida.
Até o fim do século XV, os artífices andaluzes produzem grandes placas de barro cobertas de vidrado colorido uniforme que, uma vez cozidas, corta-se em fragmentos geométricos que são recombinados em belos desenhos decorativos. Este processo, fica conhecido pelo nome de “alicatado”, porque envolve a utilização de um alicate.
A impossibilidade de exportar o produto já pronto constitue numa limitação importante e, talvez por isso, os exemplares existentes em Portugal sejam escassos. Os mais célebres são os do Palácio de Sintra (Capela e quarto onde esteve preso D. Afonso VI).


No final do século XVI surge uma transformação técnica que leva ao aparecimento do azulejo tal como o conhecemos hoje: uma placa de barro quadrangular com uma face vidrada lisa ou decorada com desenhos coloridos. Contudo, a separação das cores na superfície vidrada levanta problemas porque as substâncias utilizadas eram hidrosolúveis e misturavam-se tanto na fase de aplicação como durante o cozimento. Para evitar este contratempo utilizaram, como separador, uma barreira gordurosa feita com óleo de linhaça e manganês. A técnica fica conhecida como "corda seca" e associa-se quase sempre a uma elevação em "aresta" da superfície do barro, que funciona como barreira mecânica nas zonas de separação dos vidrados. A "aresta" ou "cuenca" só passa a ser utilizada isoladamente depois da introdução de uma outra inovação: a "fritagem" - que consiste no aquecimento dos vidrados a altas temperaturas antes de serem aplicados.


Nessa época, são importados em grande quantidade para Portugal e aplicados em igrejas e palácios. Alguns exemplares ficam célebres como os azulejos de "corda seca" representando a esfera armilar, encomendados por D. Manuel I e que ainda hoje revestem o Pátio das Carrancas, no Palácio de Sintra. Os desenhos dos azulejos hispano-árabes mantém a influência das decorações árabes e reproduzem as laçarias e os esquemas geométricos.
Ainda no final do sec XVI, surge outro avanço técnico decisivo: graças à utilização do esmalte estanífero branco e dos pigmentos metálicos, passa a ser possível pintar diretamente sobre o vidrado. Esta nova técnica conhecida pelo nome de "majólica" (provavelmente vinda da palavra Maiorca, porto de onde os azulejos eram importados) foi trazida para Portugal por Francisco Niculoso. Com ela, vem associada a estética Renascentista com a sua gramática decorativa própria e que evoluie, mais tarde, para o Maneirismo.




Quando Portugal cai sob o domínio dos Filipes, as dificuldades econômicas não permitem acesso fácil às tapeçarias, vitrais e mármores, assim são usados ao máximo os azulejos como material decorativo. Aí aparecem numerosos exemplares de composições geométricas que vão desde as combinações em xadrez até formas bastante complexas. Seguindo esse padrão, surge no sec XVII os "tapetes" formados pela repetição de padrões coloridos, justapostos e emoldurados por faixas, revestem de alto a baixo as paredes das igrejas e até mesmo o teto, produzindo efeitos decorativos surpreendentes.


Azulejaria no estilo oriental, monocromático.
 Ao final do sec XVII, muitas mudanças transformam a estética do azulejo e os navegadores Portugueses, ao chegarem do Oriente, trazem a estética de faiança azul e branca (famosa nas porcelanas chinesas). Rapidamente o estilo cai no gosto dos países do norte da Europa e se estende aos países meridionais. Assim, a policromia doa azulejos e substituída pelo monocromatismo e surgem os primeiros tapetes com essa temática.
Paralelamente a esse evento, se alastra na Europa a estética do Barroco, com encenações de teatralidade e vida, que afeta todas as formas de arte. Surge entao o "azulejo historiado" que mostram cenas emolduradas ricamente. Muitos palácios são revestidos com belos painpéis de azulejos com cenas de batalhas, caçadas ou cenas cotidianas.


Após esse período, a azulejaria portuguesa passa ainda por diversas modificações, voltando a ser policromático e passando por diferentes estilos. Muitos artistas se destacam com brilhantismo em seu estilo pessoal, como  Gabriel del Barco e António Oliveira Bernardes.
Com as invasões francesas, a Independência do Brasil e a guerra civil de 1832 muitas olarias são obrigadas a fechar as portas e deixam de responder à muitas encomendas.

Exemplo de tapete monocromático adornada com moldura.

Exemplo de "azulejo historiado" - na imagem porém, não aprecem as molduras.


Mais um exemplo de "azulejo historiado" dessa vez, ricamente emoldurado.
No sec XX os azulejos continuam a ser largamente utilizados como decoração e aparecem também em trabalhos artísticos, com muitos artistas de renome internacional.

Exemplo de azulejos nas paredes e no teto.


Padrão que surge no sec XVII com os "tapetes" formados pela repetição de padrões justapostos e emoldurados por faixas.


Na segunda metade do sec XX os azulejos passam a manifestar-se através de exemplares menos elaborados ou de caráter popular, como revestimentos de fechadas e interiores de casas, lojas, empresas. Muitos revestem fachadas da casa de emigrantes com registros, cartelas e painéis naturalistas desenhados pelos artífices que trabalham nas fábricas.
O azulejo é visto hoje em várias formas, cores e tamanhos. Mas continua a revelar sua vitalidade e reafirmar-se como uma das manifestações mais originais decorativas europeias até hoje.

Exemplo de azulejos modernos com estampas geométricas.

Museu do Azulejo, em Portugal, com obras de vários artistas.


Fonte:
Museu Nacional do Azulejo - Portugal

O Azulejo em Portugal
PPT criado por Dom Patrô e Shirley Lubaszewski

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